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Recuperação de pastagens ajudou PIB a crescer R$ 17 bi, aponta Esalq

Atualizado: 12 de abr. de 2022

A recuperação de pastagens degradadas no Brasil nos últimos dez anos contribuiu para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro em 0,31%, ou quase R$ 17 bilhões. É isso que aponta estudo coordenado pelo professor Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho em parceria com os pesquisadores Giovani W. Gianetti, Marcela Araujo e Rodrigo Maule do GPP/ESALQ e Mariane Crespolini - Diretora da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SDI/MAPA).


Os resultados serão publicados em livro comemorativo aos dez anos do Plano ABC, em produção pela SDI/MAPA, e foram destacados no Valor Econômico desta terça (22).


A recuperação também gerou contribuições socioeconômicas e ambientais, como altas da produtividade nas pecuárias de corte e de leite, mitigação da emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) e aumento da renda do produtor rural, do consumo das famílias, dos empregos, dos salários e da arrecadação tributária. Segundo Mariane Crespolini, coautora do estudo, a mensuração dos impactos socioeconômicos é uma das diretrizes do Plano ABC+, a segunda fase do programa, com metas até 2030.


Em termos práticos, o estudo avaliou, primeiro, a área de pastagens degradadas recuperada no país, que de acordo com o Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento (Lapig), da Universidade Federal de Goiás, somaram 19,4 milhões de hectares entre 2010 e 2018. Depois, avaliou apenas os 4,1 milhões de hectares de pastagens recuperadas por meio da linha de crédito do Programa ABC específica para essa finalidade, com aplicação de R$8,1 bilhões em financiamentos entre 2013 e 2020. A linha de base da análise levou em consideração as variáveis macroeconômicas a partir de 2015.


“Uma vez que o PIB da economia brasileira em 2015 foi de aproximadamente R$6,05 trilhões, a elevação observada, acumulada em 2021, de 0,31% do PIB no cenário 1 e de 0,07% no cenário 2, representa, computados sobre o valor de 2015, um ganho social de, respectivamente, R$16,9 bilhões no cenário 1 e de R$4,2 bilhões no cenário 2”, afirmam os pesquisadores no estudo.


No recorte específico da linha de crédito do Programa ABC, ainda foi possível calcular a taxa de retorno social: cada real investido na técnica sustentável gerou R$0,56 à sociedade. “É uma taxa de retorno social de 56% no período, de 6,5% em termos reais ao ano. É um valor alto mesmo se comparado a outras políticas, como o uso de etanol e biodiesel, com impacto de 0,03% no PIB”, sublinhou o coordenador do estudo, Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho. “É isso que permite a produção crescer mesmo com a área menor. Esse é o caminho”, complementa.


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